Colheita de feijão causa queda nos preços do grão no mercado

A colheita de feijão nas últimas semanas de junho e início de julho gerou pressão sobre os preços do grão, segundo o Indicador de Preços calculado pelo Cepea e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Isso ocorreu devido ao aumento da oferta e, ao mesmo tempo, à retração nas compras dos empacotadores.

Além disso, a comercialização concentrada para renovação de estoques contribuiu para a desvalorização tanto dos feijões comerciais quanto dos lotes de melhor qualidade.

Oferta elevada pressiona feijão carioca e comercial

Em Minas Gerais e Goiás, o avanço da colheita de feijão carioca coincidiu com uma demanda mais fraca, o que fez cair as cotações. Em Goiás, por exemplo, os preços registraram as maiores quedas do ano, variando entre 7,8% e 12% para os feijões nota 9, de melhor qualidade.

Apesar da queda recente em Minas Gerais e São Paulo, esses estados ainda acumulam ganhos em 2025, o que indica certa resistência do mercado.

Nos feijões comerciais, a pressão nos preços se manteve em estados como Paraná e São Paulo, com a média semanal caindo cerca de 3,7%. Em Curitiba, a redução foi mais acentuada, com queda de 12,23%, e o preço da saca passou de R$ 175,53 para R$ 154,07.

Feijão preto tem mercado lento e preços estáveis

No caso do feijão preto tipo 1, o ritmo de comercialização permanece lento. Mesmo após o fim da colheita no Sul, o volume disponível segue alto, limitando a reação dos preços.

Em Curitiba, por exemplo, a saca recuou 1,2%, para R$ 140,47. Na metade Sul do Paraná, o preço caiu 2%, negociado a R$ 131,15, enquanto no oeste catarinense, os valores mantiveram-se estáveis, em torno de R$ 134,25 por saca.

Produtor deve focar na qualidade e no planejamento

O assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, destaca que o cenário atual exige mais atenção dos produtores quanto à qualidade do produto e ao planejamento comercial.

“Estamos diante de um mercado sensível à oferta, com preços pressionados até em praças tradicionais. Portanto, o produtor que investir em qualidade, colheita e armazenagem poderá diferenciar seu produto, mesmo diante da pressão. Contudo, é essencial atenção e planejamento frente aos sinais da demanda”, afirmou.

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