O preço do trigo no Brasil voltou a subir nesta semana. Segundo a TF Agroeconômica, o movimento reverte uma sequência de quedas no mercado internacional. No Paraná, a alta foi de 0,26%. No Rio Grande do Sul, de 0,28%, conforme dados do Cepea. Embora modesta, a recuperação já indica uma mudança de tendência.
Entre os fatores que explicam esse cenário está o mercado externo. A desvalorização do dólar frente ao euro favorece as exportações. Além disso, os Estados Unidos fecharam um novo acordo comercial com a Indonésia, o que pode estimular ainda mais as vendas americanas. Ao mesmo tempo, os Fundos aumentaram as posições vendidas em trigo nas bolsas de Chicago e Kansas, o que influenciou os preços.
Mercado internacional traz riscos
Apesar da leve alta, o ambiente global ainda preocupa. Na França, a colheita acelerada pressiona os estoques e mantém os preços abaixo do custo de produção. No Brasil, há receio de geadas fortes em agosto. Esse fenômeno, que já afetou a qualidade da safra em anos anteriores, pode se repetir.
Esse risco climático, porém, tem efeito duplo. Alguns moinhos podem usar a baixa qualidade como justificativa para pagar menos pela matéria-prima. Com isso, conseguem ofertar farinhas a preços mais baixos, pressionando ainda mais o setor.
Oferta da Argentina limita reações de alta
Outro ponto de atenção é a oferta global. A TF Agroeconômica destaca que a produção da Argentina deve crescer nesta temporada. Isso tornaria o trigo argentino mais competitivo, o que pode limitar uma valorização maior no Brasil. Especialmente nas negociações de médio e longo prazo, o cenário segue desafiador.