Alta produção e queda nos preços impulsionam indústria

A alta produção e queda nos preços de diversas matérias-primas agrícolas favoreceram o abastecimento da indústria de alimentos em junho, conforme levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). Além disso, a análise apontou aumento da oferta em cadeias importantes como milho, arroz, cacau e café, com impacto direto no custo da produção industrial.

Café e cacau puxam avanço na oferta agrícola

Entre os destaques do período, o café conilon apresentou expectativa de produção recorde em 2025, com 18,7 milhões de sacas, segundo a Conab. O avanço da colheita no Espírito Santo e o clima favorável, portanto, pressionaram os preços para baixo. No cenário internacional, embora os valores ainda estejam altos, a tendência é de recuo, impulsionada pelas exportações crescentes de Vietnã, Indonésia e Uganda.

No caso do cacau, a produção brasileira foi estimada em 293,5 mil toneladas em 2025, um aumento de 2% sobre a safra anterior. Apesar disso, os preços internos seguem instáveis, influenciados pela volatilidade no mercado externo. Globalmente, a produção deve crescer 7,8%, totalizando 4,84 milhões de toneladas, com destaque para a Costa do Marfim e Gana, países beneficiados pela melhora climática.

Trigo e milho apresentam tendências distintas

O preço do trigo caiu 2,5% no Paraná em junho, mas o mercado ainda sofre pressões altistas por causa da estimativa de menor oferta. Além disso, a produção brasileira deve recuar 0,9%, afetada por redução de área plantada e excesso de chuvas. No exterior, os preços seguem elevados devido à queda da produção mundial e ao aumento do consumo como ração em países como Tailândia e Cazaquistão.

Já o milho teve queda de 7% nos preços em junho, reflexo de boas condições climáticas e limitação na capacidade de armazenagem. Por outro lado, a produção brasileira deve crescer 14,3%, chegando a 132 milhões de toneladas, com maior produtividade e expansão da segunda safra, segundo a Conab.

Soja e derivados seguem com preços variados

A produção de soja está estimada em 169,5 milhões de toneladas, mantendo-se como a principal cultura do país. Apesar da leve alta de 0,7% no mês de junho, os preços acumulam queda anual de 3,7%. No mercado internacional, a valorização está ligada ao aumento da demanda nos EUA para a produção de biodiesel, com apoio da Agência de Proteção Ambiental.

O óleo de soja também registrou elevação de preços, com alta de 2,2% no mês e 29,4% no ano. O consumo interno deve crescer com a ampliação da mistura de biodiesel (B15). Além disso, as exportações devem alcançar 1,4 milhão de toneladas. No mundo, a produção do óleo pode chegar a 68,4 milhões de toneladas, com destaque para Argentina e Brasil.

Arroz e açúcar sofrem influência da oferta robusta

Com produção estimada em 12,32 milhões de toneladas, o arroz teve queda de 9,1% no mês e de 41,5% em um ano. Os preços devem continuar em baixa com a entrada da nova safra. No mercado internacional, a oferta segue elevada, com destaque para a liberação de estoques na China.

No setor sucroalcooleiro, o açúcar caiu 8% em junho no Brasil. A produção de cana deve atingir 45,9 milhões de toneladas, alta de 4%. Mesmo com a queda interna, os preços globais permanecem sustentados pela valorização do petróleo e pela expectativa de aumento da produção indiana, que pode favorecer a retomada das exportações.

Leite mantém oferta firme com ajuda do clima

O leite teve alta de 4,3% nos preços em junho, acumulando elevação de 19,1% no ano. As boas condições climáticas sustentam a oferta. No mercado externo, o leite em pó apresentou queda de 4,6% no mês e de 21,6% no acumulado anual.

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