Arroz acumula alta de 32% nos últimos 12 meses na região Sul

Publicado em

Segundo o Índice de Ruptura da Neogrid, o arroz mais caro no Sul do país, acumulando alta de 32% nos últimos 12 meses.

O Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou o terceiro mês consecutivo de crescimento na indisponibilidade de arroz em todo o Brasil.

Esse cenário é impactado pelas fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul, em maio, e afetaram a distribuição, abastecimento e preço do grão.

Olhando para os três estados da região Sul, a falta de um tipo, tamanho ou marca do produto nas prateleiras vem acompanhada da alta praticamente ininterrupta nos preços desde junho do ano passado, acumulando um aumento de 32% no custo para o consumidor nos últimos 12 meses.

Arroz branco e parboilizado em falta e mais caros

Um dos itens mais comuns na alimentação do brasileiro, o arroz, ganhou destaque em junho devido ao alto índice de indisponibilidade, não somente na região Sul, mas em todo o país. Em maio, a ruptura disparou de 7,6% para 9,7%, chegando a 10,2% em junho.

O gráfico abaixo mostra que este é o segundo maior patamar de escassez para o item em 2024, perdendo apenas para o registrado em janeiro.

Enchente de maio impacta preços e distribuição

As consequências das fortes chuvas no Rio Grande do Sul afetam a distribuição e o preço do arroz em todo o Brasil, devido à importância do estado para o cultivo desse grão.

Cerca de 70% da produção nacional de arroz ocorre justamente nessa região do país.

“A alta de preços e a indisponibilidade se mantiveram principalmente devido às fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que geraram desafios no abastecimento em decorrência das dificuldades no escoamento da produção, apesar de grande parte da safra já ter sido colhida.”, afirma Anna Fercher, head de Customer Success e Insights da Neogrid.

Além da escassez, a Neogrid também destaca a disparada no preço médio cobrado pelo quilo do arroz branco e parboilizado nos supermercados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Em junho, o consumidor encontrou valores na casa dos R$ 7,63 (arroz branco), o maior dos últimos 12 meses — uma alta de 32% desde junho de 2023, quando o mesmo pacote era encontrado por cerca de R$ 5,78 na região.

A alta nos preços de um item tão comum e importante para a alimentação do brasileiro fez com que a incidência do arroz diminuísse 18,8% nas compras dos supermercados nos três estados.

Durante os seis primeiros meses de 2023, o produto estava presente em 10,1% das notas fiscais, enquanto durante o mesmo período de 2024, ele apareceu em 8,2%.

O que é ruptura

Ruptura é um indicador que mostra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens de uma loja considerando o catálogo total de produtos.

Por exemplo: se um varejo vende 10 marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%.

Calculado com base no mix de cada loja, o índice não considera o histórico de vendas e independe da demanda.

Outro exemplo de ruptura pode ser observado quando o arroz parboilizado deixa de estar disponível no estoque da loja e outros tipos, como o integral, agulhinha ou arbóreo, continuam disponíveis.

Em todos os casos, o termo “estoque” considera todo o espaço físico do varejo, incluindo a gôndola e o local de armazenagem para produtos ainda não disponíveis na prateleira.

Compartilhe essa noticia

FAÇA UM COMENTÁRIO

Faça seu comentário
Digite seu nome aqui

Últimas notícias

Newsletter

Notícias relacionadas
Related

Soja cai 0,12% em Chicago, afetada pela alta do petróleo e do óleo de soja

Os futuros do grão encerraram em leve queda de 0,12%, cotado a U$10,56/bushel. Já o farelo teve queda de 2,04%, queda que chegou a ser de quase 4,5%.

Forte alta no suíno vivo eleva poder de compra frente ao milho pelo 8º mês

Este foi o quinto mês seguido de valorização, de acordo com levantamento do Cepea. 

Reajustes de setembro compensam perdas do boi no ano

Levantamento do Cepea mostra que, no acumulado de setembro, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 teve forte acréscimo de 14,4%, fechando em R$ 274,35 no dia 30.

Reforma Tributária: Trocando as turbinas em pleno voo!

Por Bruno Viscaino Pinto, Diretor de Tecnologia e Arquitetura...