A ampla oferta de hortaliças e frutas, aliada à queda na demanda provocada pelas temperaturas mais baixas, levou à redução dos preços da maioria dos produtos no atacado em junho. O movimento foi observado nas principais Ceasas do país, segundo o 7º Boletim Hortigranjeiro 2025 da Conab. Entre os destaques estão cebola, cenoura, batata, alface, banana, laranja, mamão e melancia.
Hortaliças registram forte recuo nas cotações
No caso da cebola, os preços caíram após meses de alta. Em quase todas as Ceasas analisadas, houve retração nas cotações, sendo a maior em Pernambuco, com queda de 26,37%. Apenas em Santa Catarina os preços subiram. Esse comportamento reflete a ampliação da oferta nacional, impulsionada pelas safras de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Além disso, a maior diversidade regional reduziu os custos logísticos, o que contribuiu para aliviar os preços.
Com a batata, a situação foi semelhante. A intensificação da safra de inverno aumentou a disponibilidade, principalmente nas regiões de Araxá (MG), São João da Boa Vista (SP) e Cristalina (GO). Como resultado, os preços caíram em nove das Centrais analisadas, com a maior baixa registrada no Rio de Janeiro.
Mesmo com uma leve redução na oferta, a cenoura também teve queda de preços. Ainda assim, a quantidade disponível foi suficiente para atender à demanda, permitindo a redução das cotações em junho.
A alface seguiu essa tendência. Devido à diminuição da procura, comum nessa época do ano por conta do clima mais frio, os preços recuaram nos mercados atacadistas.
Quanto ao tomate, não houve um padrão nacional. Em Fortaleza, os preços subiram 36,2%, enquanto em Rio Branco houve queda de 17,56%. A maturação mais lenta reduziu a oferta, mas, ao mesmo tempo, a demanda também caiu por causa das baixas temperaturas.
Frutas seguem com tendência de queda
Entre as frutas, a tendência de baixa foi predominante. A banana nanica teve maior volume comercializado ao longo do mês, o que pressionou os preços. Por outro lado, a banana prata, com menor oferta, manteve valores mais altos durante o mesmo período.
No caso da laranja, as cotações caíram quase em todas as Ceasas. Isso ocorreu devido à entrada de frutas precoces e tardias, além da concorrência com a mexerica poncã. Combinado ao clima frio, esse cenário reduziu a demanda e contribuiu para a retração dos preços.
A melancia também ficou mais barata. Nesse caso, a combinação entre boa oferta e menor consumo típico do inverno foi determinante. Já o mamão, mesmo com menor disponibilidade das variedades papaya e formosa, apresentou leve retração de 1,7% nos preços. Isso porque a procura também diminuiu.
A exceção entre os itens analisados foi a maçã. Apesar de a demanda estar enfraquecida, houve alta nos preços. O controle da oferta feito pelas classificadoras, além do aumento das importações, sustentou as cotações em vários mercados, mesmo diante da concorrência com frutas da estação.
Exportações crescem no primeiro semestre
As exportações de hortigranjeiros também avançaram. Entre janeiro e junho, o volume exportado foi de 559,84 mil toneladas, um aumento de 28% em comparação com o mesmo período de 2024. O faturamento alcançou US$ 646,2 milhões (FOB), valor 16% superior ao registrado no ano passado. Portanto, o desempenho externo foi positivo. Os principais estados exportadores foram Rio Grande do Norte, Ceará, São Paulo e Pernambuco. Já os principais destinos foram Bélgica, Países Baixos, Estados Unidos, Reino Unido e China.
Economia circular nas Ceasas
Por fim, o Boletim Prohort destacou a iniciativa Ceasa Verde, voltada à destinação correta de resíduos. O projeto reforça o compromisso do setor com os princípios da economia circular, ao lidar com os resíduos gerados nas operações diárias das Centrais de Abastecimento.
As informações do boletim foram coletadas nas Ceasas de São Paulo, Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, São José, Goiânia, Recife, Fortaleza e Rio Branco. Juntas, essas unidades movimentam grande parte dos hortigranjeiros consumidos no Brasil. A boa oferta reduz preços da maioria das hortaliças no atacado, refletindo diretamente nas cotações praticadas em junho.