A capacidade do Brasil de abastecer a China está próxima do limite, alerta a TF Agroeconômica. O país dispõe de cerca de 54 milhões de toneladas de soja da safra 2024/25, mas comercializa efetivamente apenas 50 a 51 milhões, pois os produtores reservam parte do estoque para consumo doméstico e armazenagem estratégica.
Somente a China deve comprar pelo menos 30 milhões de toneladas até janeiro. Quando a demanda da indústria nacional e de outros países entra na conta, o total pode chegar a 61 ou até 63 milhões de toneladas — superando o volume disponível no curto prazo.
Tarifa sobre soja americana pode definir cenário
A tarifa de 10% sobre a soja americana limita as compras chinesas aos embarques sul-americanos. Caso essa tarifa seja retirada, empresas privadas chinesas podem redirecionar parte da demanda para os EUA. Se a tarifa continuar, o Brasil seguirá como principal fornecedor, aumentando a pressão sobre os estoques e a logística nacionais.
Segundo a TF Agroeconômica, a capacidade do Brasil de abastecer a China mantém os prêmios firmes e sustenta os preços, especialmente nos portos do Sul. Essa possibilidade de déficit eleva a incerteza e alimenta a volatilidade do mercado.