A nova tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre a carne bovina brasileira gerou pressão imediata sobre o mercado de Mato Grosso. O preço do boi gordo a prazo caiu 2,61% na semana, com média de R$ 296,31 por arroba. Já a carcaça casada do boi recuou 1,71%, cotada a R$ 19,90 por quilo, segundo o IMEA.
Além disso, as escalas de abate encurtaram 0,94%, atingindo 10,86 dias. A instabilidade no mercado após o anúncio da nova taxação reduziu o apetite dos frigoríficos e impactou as negociações.
Exportações ameaçadas, mas mercado diversificado
Com a tarifa adicional, os EUA agora taxam a carne bovina brasileira em 76%. O país é o segundo maior comprador do Brasil, com 13,69% das exportações no primeiro semestre de 2025. Para Mato Grosso, os americanos representaram 7,2% dos embarques.
Apesar disso, o estado tem um mercado externo diversificado, o que permite redirecionar parte das exportações. Já os EUA terão mais dificuldade em substituir o volume brasileiro, pois 30% das suas importações vêm do Brasil. Para compensar, precisarão comprar de países com preços mais altos, como Argentina, Austrália e Uruguai.
Custos de produção seguem pressionando
No segundo trimestre de 2025, o custo operacional da recria/engorda em MT subiu 49,80% ante o ano anterior, atingindo R$ 283,84 por arroba. A alta se deve principalmente ao aumento no custo com reposição de animais. Já o sistema de cria teve aumento de 31,55%, com destaque para os gastos com suplementação, impactados pela alta do milho.
Por outro lado, o sistema de ciclo completo registrou queda de 19,63% no custo, ficando em R$ 121,81/@, por ser menos dependente da reposição e mais eficiente na diluição dos custos.
