O agronegócio brasileiro terá destaque no debate climático internacional durante o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), que ocorre nos dias 22 e 23 de outubro, em São Paulo. Um dos principais focos será discutir como comunicar sustentabilidade na COP30, evento global que acontecerá no Brasil em 2025.
A mesa-redonda “Mudança Climática e Mulheres COP30 – Dos Fatos à Comunicação” reunirá nomes de peso para tratar do tema. Entre os participantes estão Francisco Matturro, presidente-executivo da Rede ILPF, e Tânia Zanella, superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Além disso, a moderação será de Roberta Paffaro, especialista em gestão de risco em commodities agrícolas.
Comunicação estratégica e valorização das práticas ambientais
Roberta Paffaro destaca que o CNMA é uma plataforma estratégica para ampliar a compreensão sobre os desafios climáticos. Embora o Brasil seja um dos países com maior capacidade de contribuir com a segurança alimentar mundial, ainda enfrenta desinformação sobre o papel do agro.
Para ela, garantir a credibilidade do setor diante das mudanças climáticas exige ações contínuas e coordenadas. Entre essas ações estão a redução de emissões, o combate ao desmatamento ilegal e a preservação ambiental. Além disso, Roberta acredita que comunicar sustentabilidade na COP30 passa por mostrar resultados com transparência, rastreabilidade e responsabilidade social.
Ela também defende uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, como água e solo, aliada ao uso de certificações ESG. Com isso, o agro pode se tornar referência global em sustentabilidade. “O Brasil tem uma história valiosa para contar, mas precisa comunicá-la com dados confiáveis e emoção”, afirma.
Protagonismo feminino e novas narrativas para o agro
Tânia Zanella reforça que o CNMA contribui para uma discussão mais inclusiva sobre o clima. Por outro lado, ela destaca que mulheres do campo enfrentam diariamente os efeitos das mudanças climáticas, seja na produção, na gestão ou nas decisões sobre o uso da terra.
Para Tânia, comunicar os avanços do setor de forma clara e acessível é essencial. Portanto, mostrar como a crise climática afeta diretamente a alimentação, a saúde e a economia ajuda a aproximar o tema da realidade da população. “Histórias reais de quem já faz a diferença no campo são mais eficazes do que discursos técnicos”, afirma.
Ela lembra que o agro brasileiro tem avançado em áreas como rastreabilidade, uso racional de recursos, controle de emissões e conservação da biodiversidade. No entanto, quando essas ações não são bem divulgadas, o setor corre o risco de ser generalizado de forma injusta.
A participação feminina na COP30 também será destaque na mesa. Segundo Tânia, a sensibilidade, a capacidade de articulação e o espírito colaborativo das mulheres são diferenciais poderosos. “Quando uma mulher do agro fala sobre clima, ela representa o futuro. Além disso, o olhar coletivo ajuda a construir soluções mais eficazes, humanas e sustentáveis”, conclui.