Alguns fatores auxiliaram o complexo da soja a se recuperar nesta sexta-feira (23/08) das quedas estabelecidas no pregão anterior na Bolsa de Chicago (CBOT).
Hoje temos um dólar mais fraco caindo 2,12% no momento e entregando toda a alta que teve no pregão de quinta-feira.
Já sabemos que a relação de um câmbio mais fraco no Brasil, impacta diretamente na formação do preço da soja e tende a afastar os vendedores, o que por sua vez redireciona a demanda para os EUA.
Além disso, hoje o petróleo teve alta valorização devido a uma perspectiva de maior consumo global. A alta de 2,49% no petróleo ajudou a elevar as cotações dos demais óleos.
Com isso o óleo de soja encerrou o dia com valorização de 3,59%, trazendo na carona os futuros do grão de soja.
O contrato novembro encerrou o dia com alta de 1,20%, essa movimentação foi muito importante e permitiu que o contrato encerrasse a semana com alta de 1,67%.
Neste mês, essa é a primeira vez que contrato encerra a semana em alta. Caso semana que vem as cotações encerrem acima do patamar de U$9,85/bu, teremos a formação técnica de fundo no gráfico semanal.
Isso sugere o início de um movimento de alta que pode levar os preços até o patamar de U$10,83/bu, cerca de U$1,10 acima do fechamento de hoje, o que representaria uma alta de R$13 por saca, considerando o dólar de hoje.
Apesar da alta do complexo da soja, o trigo e o milho não seguiram na mesma linha, mesmo com um dólar mais fraco, as cotações do trigo seguem sendo pressionadas pela oferta mais barata vindas do mar negro.
Com isso o trigo encerrou o dia com queda de 1,40%, cotado a U$5,28/bu. Essa queda do trigo influenciou a queda do milho que encerrou com uma desvalorização de 1,01%, cotado a U$3,67%, esse é o menor fechamento semanal para o milho em quase 4 anos.
Na B3 o contrato de milho setembro também encerrou em queda de 0,41%, cotado a R$60,21/sc, pressionado pelo dólar e CBOT mais fracos.
Porém as variações para o milho brasileiro estão bem pequenas, refletindo um mercado físico mais travado.
Macroeconomia
Hoje o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, confirmou o corte de juros na reunião de 18 de setembro, mas como o esperando, deixou em aberto a o tamanho do corte.
Suas falas trouxeram grande entusiasmo aos mercados globais. “Chegou a hora”, foi a frase que mais repercutiu nas bolsas, disse ele, admitindo que devem começar a cortar os juros.
Porém o que todos esperavam extrair de seu discurso era uma frase que desse algum indício se o corte seria de 25 ou de 50 pontos base.
Nos EUA as bolsas renovaram as suas máximas e o S&P 500 volta a se aproximar de sua máxima histórica.
Os dois principais índices americanos se encaminham para o fechamento com uma alta de 1%, na Ásia/Pacífico as bolsas já estavam fechadas durante o pronunciamento e por isso não refletiram o bom humor, encerrando mistas, porém estáveis.
Na Europa, todas as bolsas encerram em alta, com destaque para a bolsa espanhola IBEX 35 com valorização de 1,16%. No Brasil, nosso índice IBOVESPA voltou a subir e encerrou com alta de 0,58%.
Até a próxima, estimados leitores!