Em dia de grande volatibilidade, commodities encerram mistas na Bolsa de Chicago

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Durante boa parte da manhã, os futuros do grão e do farelo negociavam com bons ganhos, repercutindo o acidente com um navio no principal terminal do porto de Vicentin na Argentina.

No complexo da soja tivemos alta tímida de 0,29% para o grão na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (24/09). Durante boa parte da manhã, os futuros do grão e do farelo negociavam com bons ganhos, repercutindo o acidente com um navio no principal terminal do porto de Vicentin na Argentina.

Com capacidade de embarque de 300 mil toneladas de farelo por mês, as pausas para o reparo deveriam direcionar ainda mais demanda para os EUA, porém após o mercado entender os detalhes, perceberam que há uma boa capacidade ociosa por lá e o volume deste terminal pode ser redirecionado para outros.

Com isso os futuros na CBOT devolveram toda a alta no farelo, o que acabou puxando a cotação do grão pra baixo. O farelo encerrou com queda de 0,85%, enquanto o óleo teve alta de 3,59%.

A alta do óleo é motivada por uma perspectiva de maior demanda chinesa, falaremos mais sobre isso na seção de macroeconomia.

Milho operou em queda neste pregão e encerrou cotado a U$4,11/bu, com uma queda de 0,42%. A colheita começa a exercer pressão sobre os preços.

Na segunda-feira (23/09) tivemos a publicação do progresso das lavouras nos EUA e o percentual colhido foi para 14%, acima do ritmo do ano passado e acima da média dos últimos 5 anos. Com a colheita andando rápido, o mercado deve ser inundado com ofertas de milho devido a uma excelente produção neste ano.

O trigo também reagiu a este fundamento, a colheita do trigo por lá também anda bem, hoje os futuros do trigo encerraram com queda de 0,77%.

Além disso, há comentários no mercado de que as exportações russas estão indo de vento em popa e podem estabelecer um novo recorde.

Essa concorrência retira demanda dos EUA, fazendo com que seus estoques fiquem maiores, o que é ruim para os preços.

Na B3 o contrato de milho operou estável nesta terça-feira, mesmo com a forte queda de 1,56% do dólar ante o Real e da queda do milho na CBOT. O mercado interno segue tentando precificar o atraso do plantio da soja.

Aqui cabe novamente um alerta: caso as chuvas venham e sejam boas na região do centro-oeste e MATOPIBA, os preços do milho na bolsa devem recuar! Mas enquanto isso não acontece, as cotações seguem firmes e com um viés mais altista.

Macroeconomia

Nesta madrugada reguladores Chineses fizeram um comunicado relevante ao mercado, uma série de medidas econômicas serão realizadas para estimular a economia.

Dentre elas, está a redução do compulsório, que é a parcela dos depósitos que os bancos são obrigados a manter no Banco Central, sem poder emprestar, para controlar a liquidez e a inflação; a redução das taxas de juros de empréstimos hipotecários, redução de taxa de juros de curto prazo e também a possibilidade da criação de um fundo de estabilização de mercado de renda variável.

Somados, esses estímulos devem fornecer uma liquidez de cerca de 255 bilhões de dólares no mercado. O mercado recebeu esse comunicado com muito otimismo.

Bolsas na China encerraram com ganhos superiores a 4%. O minério de ferro entre as duas janelas de negociação, teve alta de mais de 9%, voltando a ser negociado acima dos U$100.

Este fato animou as mineradoras ao redor do globo, ajudando as bolsas na Europa e no Brasil a encerrar o dia em alta.

Na Europa todas as bolsas subiram, o EURO STOXX 50 finalizou o dia com apreciação de 1,09%.

Nos EUA as bolsas também sobem, mas em um menor ritmo, o S&P 500 tem leve alta de 0,18% enquanto a NASDAQ sobe 0,56%.

No Brasil, nosso índice IBOVESPA chegou a trabalhar com alta de quase 2% e no momento é negociado com ganhos de 1,28%.

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