As exportações de petróleo brasileiro somaram 1,85 milhão de barris por dia no primeiro semestre de 2025, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Apesar da alta movimentação, o volume ficou 3,6% abaixo do mesmo período de 2024.
De acordo com a consultoria StoneX, a queda se deve à maior participação do petróleo nacional nas refinarias brasileiras. Isso reduziu o excedente disponível para o mercado externo, mesmo sem queda na produção ou alta no consumo total.
Dados da ANP mostram que o consumo de petróleo pelas refinarias brasileiras cresceu 2,8%, chegando a 1,73 milhão de barris por dia. Ao mesmo tempo, a importação de petróleo caiu 25%, com 0,19 milhão de barris por dia no período.
Exportações devem se recuperar no segundo semestre
Segundo a StoneX, as exportações de petróleo brasileiro devem ganhar força nos próximos meses. O aumento da produção nacional deve equilibrar a alta demanda interna e liberar mais volumes para o mercado externo.
Por outro lado, a ampliação das tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode alterar os fluxos comerciais. Ainda assim, o país deve manter boas perspectivas, especialmente com o aumento da demanda da China e da Índia.
Receitas em queda apesar da relevância da commodity
Mesmo com a redução no volume exportado, a queda nas receitas foi ainda maior. O valor caiu de US$ 24,2 bilhões em 2024 para US$ 21,75 bilhões neste ano, uma retração de 10,1%. Além do menor volume, os preços internacionais do barril também influenciaram o resultado.
Ainda assim, o petróleo segue como a segunda commodity mais valiosa para o Brasil, perdendo apenas para a soja. O analista da StoneX, Bruno Cordeiro Santos, destaca que a relevância do setor continua alta na balança comercial brasileira.
China lidera destino das exportações
A China manteve a liderança como principal destino das exportações de petróleo brasileiro, absorvendo 42,6% do total. A Ásia, como um todo, representa 56,2% das vendas externas da commodity.
Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com participação de 11,3%, abaixo dos 14,1% registrados em 2024. A queda de 22,7% no volume exportado aos EUA reflete o avanço da produção de xisto no país e a maior oferta de outros fornecedores.
Já a União Europeia aumentou sua participação de 22% para 24,9%. Desde o início da guerra no Leste Europeu, o bloco ampliou as compras do Brasil para compensar a redução dos embarques russos.