Em julho deste ano, foram identificados focos da praga quarentenária HLB (Huanglongbing), também conhecida como Greening, em pomares comerciais e não comerciais nos municípios de Quirinópolis e Campo Limpo de Goiás.
Desde então, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) intensificou as ações emergenciais para assegurar a erradicação e o controle da doença no Estado.
Uma das medidas adotadas foi o levantamento da delimitação de áreas nos municípios com focos e limítrofes, com o objetivo de identificar as áreas de abrangência da disseminação da praga em Goiás.
Até o momento, foram inspecionadas 40 propriedades comerciais de citros e quatro não comerciais no Estado.
Em Campo Limpo de Goiás, por exemplo, todas as 22 propriedades comerciais de citros e três não comerciais passaram pela inspeção técnica.
Também foram inspecionadas quatro propriedades comerciais nos municípios limítrofes de Ouro Verde e cinco propriedades comerciais e uma não comercial em Anápolis.
Somente Anápolis tem mais de 60 propriedades comerciais de citros, que estão sendo inspecionadas rotineiramente pelos fiscais da Agrodefesa.
Com base nessa atuação, foi constatada a presença da praga, via laudo oficial, em duas propriedades comerciais e em uma propriedade não comercial em Campo Limpo de Goiás.
As plantas contaminadas estão sendo erradicadas pelos proprietários, sob orientação de profissionais da Agrodefesa.
“De acordo com as inspeções realizadas, com uso de armadilhamentos nas propriedades, e resultados apresentados nos laudos oficiais, concluímos que a incidência da praga HLB encontra-se em uma área bem restrita do município de Campo Limpo de Goiás e com infestação baixa do psilídeo – Diaphorina citri – no estado de Goiás”, afirma a coordenadora do Programa de Citros da Agrodefesa, Mariza Mendanha.
O presidente da Agência, José Ricardo Caixeta Ramos, acrescenta que a Agrodefesa desenvolve um intenso trabalho de monitoramento das produções comerciais de citros no Estado, exatamente para evitar a entrada de doenças em Goiás, como é o caso do HLB, que já estava presente em estados limítrofes ao nosso.
“Esses dois casos de Greening confirmados, tanto em Campo Limpo de Goiás, quanto em Quirinópolis, são isolados e a partir dessa identificação, demos início imediatamente a um protocolo de medidas de contenção da praga para evitar a disseminação. Esse trabalho é importante para assegurar a sanidade vegetal em Goiás e evitar impactos econômicos para produtores e para a população, porém é importante que a sociedade não adquira mudas de comércio ambulante, prática essa que é proibida por colocar em risco a economia agrícola do Estado”, enfatiza.
A força-tarefa do HLB/Greening da Agrodefesa é composta pelos fiscais engenheiros agrônomos, da Unidade Regional de Rio das Antas, Anna Lídia Faria (assessora vegetal), Thiago Oliveira, Josimar Pereira, Rita Ribeiro, Murilo Aires, Claudia Faustino e Kleyton dos Santos, sob gestão da Gerência de Sanidade Vegetal, sendo a coordenadora do programa de Citros, Mariza Mendanha, responsável pela condução das ações.
Orientação e educação
Além das medidas de inspeção e erradicação, a Agrodefesa tem promovido ações educativas em regiões adjacentes ao foco da praga.
No início de setembro, palestras foram ministradas para técnicos de campo do Senar Goiás sobre aspectos legais da doença, a importância do cadastramento das culturas junto ao Serviço Oficial de Defesa Agropecuária e a notificação obrigatória ao se identificar a praga nos pomares.
Em 30 de agosto, foi realizada uma rodada de palestras em Anápolis para conscientizar os produtores e levar conhecimento em relação à identificação, impactos econômicos na citricultura, monitoramento e controle da HLB.
Também em agosto, a Agrodefesa, o Senar Goiás e o Sindicato Rural de Quirinópolis promoveram reunião técnica com produtores de citros da região de Quirinópolis e Santa Helena de Goiás, destacando a importância da identificação, controle e manejo das pragas quarentenárias Cancro Cítrico e HLB.
Já em julho, houve um Dia de Campo promovido por produtores de citros no Estado sobre as principais doenças da cultura, com foco na HLB, realizada em Terezópolis de Goiás, que teve a participação de 20 produtores dos municípios mais representativos da citricultura comercial goiana.
“A Agrodefesa segue monitorando as áreas afetadas, conforme medidas fitossanitárias estabelecidas em atos normativos, e continua com as inspeções em propriedades comerciais e não comerciais, visando mapear a disseminação da praga e evitar a propagação do Greening no estado de Goiás e prejuízos à citricultura”, ressalta Mariza.
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, pondera que apesar de a doença ter sido diagnosticada no Estado, os casos por serem isolados ainda podem ser controlados, mas que é preciso o apoio dos produtores e toda sociedade para um bom desempenho das medidas de contenção da doença.
Segundo ela, é preciso que os produtores e os Responsáveis Técnicos (RTs) fiquem atentos aos sintomas da doença e notifiquem a Agrodefesa em caso de suspeita, para que seja possível identificar e monitorar a população de insetos vetores, conhecidos por psilídeos.
“A sociedade também tem papel fundamental nesse processo, ao deixar de adquirir mudas de comércio ambulante e realizar denúncia à Agrodefesa para interceptação das mudas, que são o principal meio de introdução da praga em Goiás”, reforça.
Denúncias podem ser feitas por meio do site https://goias.gov.br/agrodefesa/.