O governo brasileiro reúne indústria e agro para definir resposta às tarifas dos EUA, que devem atingir todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto.
Por conta dessa medida, o presidente Lula anunciou, nesta segunda-feira (14), a criação de um comitê interministerial. O objetivo é organizar a reação brasileira com base no diálogo com os setores produtivos.
As primeiras reuniões do comitê começam já nesta terça-feira (15). Pela manhã, o grupo conversa com representantes da indústria. Em seguida, à tarde, o encontro será com lideranças do agronegócio. Essas discussões servirão para avaliar os impactos econômicos das tarifas e, assim, planejar ações de resposta.
O vice-presidente Geraldo Alckmin preside o comitê. Também participam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda). Além disso, a composição poderá variar conforme os temas em pauta.
Desde março, Alckmin já vinha mantendo diálogo com os Estados Unidos. Em videoconferência, conversou com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e com o embaixador Jamieson Greer. Dessa forma, o canal bilateral criado a partir disso embasa as negociações em andamento.
Além das tratativas diplomáticas, o governo brasileiro reúne setores para definir resposta às tarifas dos EUA de forma articulada. Dessa maneira, a meta é proteger a economia nacional sem romper os laços comerciais com o país norte-americano.
Segundo Alckmin, a estratégia busca fortalecer as empresas brasileiras, valorizar a complementariedade econômica entre os países e, sobretudo, promover práticas comerciais justas.
Como parte desse esforço, o Congresso aprovou a Lei de Reciprocidade Econômica (PL 2088/2023) em abril. O decreto que regulamenta a legislação deve ser publicado até esta terça-feira. Com isso, a nova lei autoriza contramedidas comerciais.