O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,33% em julho. O resultado representa um aumento de 0,07 ponto percentual (p.p.) em relação a junho, quando o índice foi de 0,26%. No acumulado do ano, a alta chega a 3,40%. Já no acumulado de 12 meses, o IPCA-15 atingiu 5,30%, superando os 5,27% registrados nos 12 meses anteriores. Para efeito de comparação, em julho de 2024, a taxa havia sido de 0,30%.
Energia elétrica impulsiona alta no grupo Habitação
Cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva neste mês. O destaque ficou com o grupo Habitação, que subiu 0,98%. Dentro desse grupo, a energia elétrica residencial registrou alta de 3,01% e exerceu o maior impacto individual no índice geral, contribuindo com 0,12 p.p.
Além disso, a bandeira tarifária vermelha patamar 1 segue em vigor, com cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. Várias capitais passaram por reajustes tarifários. Em Belo Horizonte, por exemplo, o aumento foi de 7,36% (impacto de 3,89%) desde 28 de maio. Porto Alegre teve reajuste de 14,19% (impacto de 5,07%) a partir de 19 de junho. Já em Curitiba, a alta chegou a 1,97% (impacto de 3,33%) desde 24 de junho. Em São Paulo, uma das concessionárias reajustou as tarifas em 13,97% (impacto de 6,10%) a partir de 4 de julho. Em contrapartida, no Rio de Janeiro, houve redução de 2,16% em uma das distribuidoras, o que gerou impacto negativo de -0,44% desde 17 de junho.
No mesmo grupo, a taxa de água e esgoto avançou 0,25%. Esse movimento refletiu os reajustes aplicados em Brasília (9,88%) e Curitiba (3,83%).
Passagens aéreas e aplicativos pressionam Transportes
O grupo Transportes teve a segunda maior variação do mês, passando de 0,06% em junho para 0,67% em julho. Essa alta foi puxada principalmente pelas passagens aéreas, que subiram 19,86% e contribuíram com 0,11 p.p. Além disso, o transporte por aplicativo aumentou 14,55%, com impacto de 0,03 p.p.
Por outro lado, os combustíveis registraram queda de 0,57%. Os preços recuaram para o gás veicular (-1,21%), óleo diesel (-1,09%), etanol (-0,83%) e gasolina (-0,50%).
Vários municípios também apresentaram variações no transporte coletivo. Em Brasília, por exemplo, a gratuidade no metrô aos domingos e feriados reduziu o preço em -2,11%. Já as tarifas de ônibus urbano caíram em Belém (-5,79%) e Curitiba (-2,68%). Por outro lado, em Belo Horizonte, o reajuste nas tarifas de táxi foi de 8,71% (impacto de 6,50%).
Alimentos em casa caem pelo segundo mês seguido
O grupo Alimentação e bebidas registrou queda de -0,06%, influenciado principalmente pela retração de -0,40% na alimentação no domicílio. Este é o segundo mês consecutivo de baixa. Entre os produtos que mais contribuíram para esse resultado estão a batata-inglesa (-10,48%), a cebola (-9,08%) e o arroz (-2,69%). Em contrapartida, o tomate subiu 6,39%, revertendo a queda de 7,24% registrada no mês anterior.
Enquanto isso, a alimentação fora do domicílio acelerou. O índice subiu de 0,55% para 0,84%, impulsionado tanto pelo lanche (1,46%) quanto pela refeição (0,65%).
Outros grupos: despesas pessoais e saúde
O grupo Despesas pessoais teve variação de 0,25%, influenciada pelo reajuste nos jogos de azar (3,34%) a partir de 9 de julho. Já Saúde e cuidados pessoais subiu 0,21%, com destaque para os planos de saúde, que aumentaram 0,35%. Os reajustes autorizados pela ANS variam de 6,06% a 7,16%, conforme o tipo de contrato e a data de adesão.
Belo Horizonte lidera variação regional
Entre as áreas pesquisadas, Belo Horizonte teve a maior alta regional, com 0,61%. Esse resultado foi puxado pelos aumentos da gasolina (4,49%) e da energia elétrica (3,89%). Em contrapartida, Goiânia registrou a menor variação (-0,05%), influenciada pela queda do etanol (-4,23%) e da gasolina (-1,63%).
IPCA-15: critérios e abrangência
A coleta de preços para o IPCA-15 ocorreu entre 14 de junho e 15 de julho. O índice considera famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange 11 regiões, incluindo as nove principais regiões metropolitanas, além de Brasília e Goiânia. A metodologia segue a do IPCA, diferenciando-se apenas no período de coleta.