Mercado de CBIOs deve registrar superávit de 10,2 milhões de créditos em 2025

Atualizações recentes da StoneX, empresa global de serviços financeiros, indicam que o mercado de CBIOs deve registrar um superávit de 10,2 milhões de créditos em 2025. Isso considera também a regularização de saldos inadimplentes de anos anteriores. Esse resultado é sustentado pelo estoque de passagem entre ciclos, que soma 16,8 milhões de títulos.

Se o cumprimento das metas seguir o padrão de 2024 — com 95% de atendimento — a demanda por CBIOs cairia para 38,3 milhões de créditos. Isso ampliaria o estoque final para 21 milhões.

Segundo a analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia, até o fim do primeiro semestre as distribuidoras já detêm 42% dos CBIOs necessários para 2025. A maioria desses créditos já foi aposentada. Além disso, somando os créditos disponíveis e os emitidos, o mercado já alcança 76% do volume exigido para cumprir as metas. Portanto, a expectativa é de um balanço superavitário no ano.

Impactos dos novos percentuais de mistura nos combustíveis

Com a aprovação dos novos percentuais de mistura pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) — B15 para biodiesel e E30 para etanol, a partir de agosto — as projeções para o consumo de biocombustíveis mudaram. Isso afeta diretamente o balanço de CBIOs para 2025.

De acordo com a StoneX, o consumo de biodiesel deve aumentar 9,3% em relação a 2024, chegando a 9,9 milhões de m³. Esse crescimento deve ocorrer especialmente no segundo semestre.

No caso do etanol, os efeitos são mistos. Espera-se aumento de 800 mil m³ na demanda por etanol anidro, mas queda de 4,9% no consumo de etanol hidratado. Assim, as vendas totais devem recuar 1,3%, chegando a 34,6 milhões de m³ no ano.

Isabela Garcia destaca que, diante desse cenário, a StoneX revisou a projeção de geração de CBIOs para 2025. Agora, estima alta de 0,9% em relação a 2024, totalizando 42,8 milhões de créditos — acima da previsão inicial de 0,5%.

Movimentação de CBIOs em junho

Em junho de 2025, o mercado de CBIOs apresentou movimentações importantes. Houve estabilidade na geração de créditos e aumento no volume de aposentadorias.

A geração de lastro totalizou 3,3 milhões de créditos em junho, estável em relação aos meses anteriores. Porém, esse volume foi 5,6% menor que o registrado em junho de 2024. A queda está ligada à retração nas vendas de etanol hidratado, impactadas pela maior competitividade da gasolina C. Segundo Isabela Garcia, esse foi o pior desempenho mensal do etanol desde janeiro.

Por outro lado, o segmento de biodiesel compensou parcialmente essa baixa. As vendas aquecidas de diesel B impulsionaram a geração de lastro, mesmo com restrições na certificação do biocombustível.

“No acumulado do ano, a geração de CBIOs soma 21,3 milhões de títulos. Isso representa alta de 2,5% em relação ao mesmo período de 2024. Para o segundo semestre, a expectativa é desaceleração. A geração de créditos do etanol deve diminuir, mas será parcialmente compensada pelo biodiesel”, conclui a analista da StoneX.

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