Nova tarifa de importação vai afetar custos dos alimentos, alertam associações de produtores

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Abramilho, Abrapa, Aprosoja e CNA emitiram nota conjunta alertando sobre o encarecimento da produção agrícola devido à taxação do Picoxistrobina

A Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) e Confederação Nacional da Agricultura (CNA) emitiram nota oficial alertando sobre os impactos de recente aumento de imposto da Picoxistrobina, um produto amplamente utilizado na agricultura brasileira.

O ativo teve sua tarifa de importação aumentada de 0% para 14% em fevereiro deste ano pelo Governo Federal e é uma importante ferramenta para o manejo de doenças fúngicas nas principais culturas agrícolas do país, como soja, milho e algodão.

A solicitação está neste momento em avaliação pela Câmera de Comércio Exterior (Camex), subordinada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Há expectativa de que o Comitê de Alterações Tarifárias (CAT) da Camex delibere sobre o tema no final de julho.

Segundo as entidades, se for aprovado, o aumento tarifário impactará diretamente a competitividade da agricultura brasileira, elevando os custos de produção e aumentando o custo dos alimentos para os consumidores, afetando a renda dos agricultores.

A medida proposta também estabelece um precedente para novos aumentos em outros insumos essenciais para o setor agropecuário, situação que preocupa o setor agropecuário.

Aumento de imposto de importação deve elevar custo de produção de alimentos

Em março de 2024, as entidades enviaram ofício conjunto (N° 0151/2024) à Secretaria Executiva da Camex apresentando dados técnicos para embasar a manifestação contrária à elevação tarifária, mas ainda não obteve retorno.

O que é a Picoxistrobina

A Picoxistrobina é um ingrediente ativo que pertence ao grupo químico das estrubilurinas. Amplamente utilizada na agricultura, a substância é uma importante ferramenta para o manejo de doenças fúngicas nas principais culturas agrícolas do Brasil.

O produto é utilizado, por exemplo, para combater a ferrugem asiática da soja – que é a principal doença fúngica do país e cujos custos anuais para controle ultrapassam US$ 2 bilhões – pode comprometer até 90% da produção da oleaginosa.

Já na cultura do milho, a Picoxistrobina é largamente utilizada para o controle da cercosporiose, que é um fungo presente em quase todas as áreas de plantio no Centro-Sul do Brasil, com potencial de gerar perdas acima de 80% da produção.

Na cultura do algodão, o ativo é utilizado para controlar as duas principais doenças foliares da cultura: a ramulose, que pode gerar redução superior a 80% na produção de fibras; e a mancha de ramulária, que provoca cerca de 75% de perdas nas lavouras.

Na nota oficial, as entidades agrícolas defendem um mercado livre, sem sobretaxas que dificultem a importação de insumos essenciais, garantindo assim a sustentabilidade e a competitividade do setor brasileiro, que é referência no mercado internacional.

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