Os mercados de trigo do Uruguai e do Paraguai enfrentam um momento de baixa atividade comercial e incertezas. Enquanto o trigo uruguaio começa a chegar ao Brasil com volumes ainda limitados, o produto paraguaio já antecipa uma retração nos preços antes mesmo do início da colheita. Fatores como demanda interna reduzida, margens industriais apertadas e concorrência com o trigo argentino e nacional influenciam diretamente a dinâmica desses dois países no comércio regional.
Movimento fraco nos portos do Uruguai
De acordo com a TF Agroeconômica, o trigo uruguaio começou a ser recebido por moinhos do Sul do Brasil. No entanto, o volume de desembarque permanece pequeno ou nulo na maioria dos terminais. O fluxo está limitado tanto pela demanda interna reduzida quanto pelas margens apertadas da indústria moageira.
Além disso, a preferência de alguns compradores ainda recai sobre o trigo nacional, especialmente em estados onde a colheita se aproxima, como Minas Gerais e Paraná. Assim, a competitividade do produto uruguaio perde espaço no curto prazo.
Trigo paraguaio antecipa retração nos preços
No caso do Paraguai, os moinhos brasileiros já percebem uma tendência de queda para a próxima safra. A expectativa de maior oferta, aliada ao câmbio favorável e à competição com o trigo argentino, pressiona os preços mesmo antes da colheita.
A TF Agroeconômica avalia que o trigo paraguaio continuará sendo uma alternativa relevante para abastecimento, principalmente nas regiões de fronteira. Porém, a tendência de retração nas cotações deve permanecer nos próximos meses, limitando os volumes exportados.