Nos últimos anos, o Brasil dobrou sua produção de algodão em pluma, passando de cerca de 1,7 milhão de toneladas na safra 2013/14 para uma estimativa de 3,9 milhões de toneladas em 2024/25, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA). O avanço consolida a posição do país como maior exportador global da fibra, mas também revela desafios crescentes no mercado.
A indústria têxtil brasileira tem perdido espaço para concorrentes internacionais, o que reforça o foco do setor no mercado externo. A concorrência com fibras sintéticas, as instabilidades comerciais globais e os altos custos de produção pressionam a cadeia produtiva. Para manter a competitividade, o setor aposta em tecnologias e práticas sustentáveis que aumentem a produtividade e garantam a qualidade da fibra brasileira.
Além disso, o algodão nacional é reconhecido internacionalmente por atributos como qualidade, sustentabilidade e rastreabilidade, o que eleva sua aceitação no exterior mesmo frente ao menor custo das fibras sintéticas. No entanto, as exigências por boas práticas e previsibilidade na produção são cada vez maiores.
Campo exige soluções tecnológicas para manter estabilidade
Doenças como ramulária, mancha-alvo e pragas como o bicudo-do-algodoeiro continuam a afetar lavouras, exigindo estratégias eficientes para contenção e manejo. Embora o Brasil se destaque por produzir algodão sem necessidade de irrigação, o que é um diferencial ambiental, o clima tropical impõe riscos adicionais. Excesso de chuvas pode comprometer a colheita, e doenças são mais frequentes nessas condições.
Diante das tensões comerciais entre grandes players como Estados Unidos e China, o Brasil tem a oportunidade de se posicionar como um fornecedor confiável. Para isso, é necessário alinhar produtividade, sustentabilidade e estabilidade nas entregas, reforçando o protagonismo da produção de algodão no Brasil no cenário internacional.