Programa de Segurança Hídrica no Paraná avança

O Programa de Segurança Hídrica no Paraná avançou para uma nova fase. Após uma semana de visitas técnicas a municípios estratégicos, representantes do Governo do Estado e do Banco Mundial se reuniram nesta segunda-feira (21), em Curitiba, para alinhar as próximas ações. As reuniões seguem até sexta-feira (25) e envolvem diversos órgãos estaduais que participam da execução do programa.

Investimento robusto com foco em múltiplos usos da água

O Programa de Segurança Hídrica (PSH) prevê um investimento total de US$ 263 milhões, o equivalente a R$ 1,6 bilhão. O Banco Mundial financiará US$ 186 milhões. O Governo do Paraná contribuirá com US$ 77 milhões. O objetivo principal é garantir água em quantidade e qualidade para vários setores, especialmente a agricultura, o meio ambiente e o abastecimento urbano.

Além disso, o programa busca ampliar a oferta de água, reduzir riscos de escassez e evitar conflitos pelo uso dos recursos hídricos. As ações propostas também enfrentam os efeitos das mudanças climáticas, que já impactam o campo e as cidades. Por isso, o Estado aposta em soluções estruturantes e sustentáveis.

Visitas técnicas revelam soluções e desafios

Durante a semana anterior, equipes técnicas visitaram Maringá, Umuarama, Loanda, Cianorte e Curitiba. Nessas cidades, observaram diferentes realidades relacionadas à gestão da água. Entre as soluções encontradas estão: irrigação por gotejamento, contenção de erosões e reaproveitamento da água da chuva.

O secretário do Planejamento, Ulisses Maia, destacou a importância do programa. “Com US$ 263 milhões, vamos garantir água segura e sustentável, resolvendo problemas como erosão e esgoto rural”, afirmou.

O secretário da Agricultura, Marcio Nunes, reforçou o compromisso ambiental do estado. “Estamos transformando o agronegócio com inovação e sustentabilidade”, declarou. Ainda segundo ele, é preciso atenção especial à região Noroeste, onde os solos são frágeis e a disponibilidade de água é menor.

Microbacias e foco no Arenito Caiuá

O programa terá foco prioritário no Arenito Caiuá Expandido, que abrange 116 municípios no Noroeste e parte do Centro do Paraná. Essa região sofre com estiagens severas e chuvas irregulares, o que compromete a produção agrícola e a recarga de aquíferos. Entre 2019 e 2021, por exemplo, o Paraná enfrentou uma forte estiagem.

De acordo com Amauri Pinto Ferreira, gerente do IDR-Paraná, os sistemas atuais de cultivo dificultam a infiltração da água no solo. Por isso, o programa implantará microbacias de referência em todos os municípios da região. Nessas unidades, os técnicos aplicarão práticas como: terraceamento, plantio direto, proteção de nascentes, tratamento de esgoto rural e uso de plantas de cobertura.

Além disso, cada regional do IDR-Paraná contará com um extensionista e um residente técnico. Esses profissionais farão o diagnóstico de cada microbacia e adaptarão as ações conforme a realidade local. A meta é avaliar 50 microbacias em 2025 e atingir as 116 até o fim de 2026.

Integração entre instituições fortalece o programa

O Banco Mundial também se reuniu com equipes da Adapar, Sanepar, IDR-Paraná, Instituto Água e Terra (IAT), Controladoria Geral do Estado (CGE) e Tribunal de Contas (TCE-PR). Essa integração institucional fortalece a governança e torna a gestão dos recursos mais eficiente.

Marie-Laure Lajaunie, gerente do projeto no Banco Mundial, explicou que o foco está na segurança hídrica como um todo. “Queremos garantir abastecimento de água, fortalecer a agricultura e proteger o meio ambiente”, disse.

Além disso, o diretor do IAT, José Luiz Scroccaro, explicou que o programa também levará saneamento básico ao meio rural. “Vamos melhorar a infraestrutura, a qualidade de vida e a saúde das pessoas”, afirmou.

Programa mira resiliência diante das mudanças climáticas

Segundo os gestores, o Paraná precisa se adaptar à nova realidade climática. A intensificação da agricultura, somada à irregularidade das chuvas, exige ações estruturais. O PSH contribui para tornar o estado mais resiliente aos extremos climáticos. Ao mesmo tempo, promove renda no campo e conservação ambiental.

“Estamos fazendo uma gestão integrada da água, do solo e da produção. Essa transformação será modelo para o Brasil”, finalizou Scroccaro. O Programa de Segurança Hídrica no Paraná reforça esse compromisso e segue avançando para garantir um futuro mais sustentável e resiliente para o estado.

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