A soja volta a testar a sua resistência nos U$10,15/bu nesta quarta-feira (18/09). Durante a manhã o futuro do grão chegou a negociar acima deste patamar, mas encerrou o dia leve abaixo, cotado em U$10,14/bu.
Com isso o grão se valorizou em 0,80% nesta sessão. Os futuros do grão foram impulsionados pela alta do óleo que encerrou o pregão com valorização de 1,08%.
Além desta alta do óleo temos outros fatores impactando o mercado, como: expectativas de novas compras da China, aumentando a demanda pelo grão americano.
Outro fator é a restrição contra outros parceiros comerciais que podem ter a sua demanda desviada para a soja americana, como é o caso já citado anteriormente da canola canadense.
Agora outro país entra na lista de retaliações da China.
E fatos recentes mostram que a Austrália pode sofrer uma retaliação que vai atingir o farelo de colza. Isso porque eles abriram um processo antidumping contra o vidro produzido na China.
Esse processo de antidumping visa normalizar os preços de um produto importado, a fim de proteger o mercado local.
Sendo assim, a Austrália coloca uma taxa maior em cima do vidro chines e em contrapartida a China adiciona taxas sobre o farelo de colza Australiano.
Todo esse complexo xadrez global sugere que ao final do dia quem deve ser favorecido com tudo isso são os contratos da soja americana e seus derivados.
Agora sobre o farelo da soja, tivemos um dia volátil, onde os futuros trabalharam no positivo durante boa parte do dia e inverteram para o negativo na parte da tarde, encerrando com uma leve queda de 0,03%.
Voltou-se também a falar de uma possível diminuição nas “retenciones”, imposto colocado em cima das exportações especialmente do complexo da soja.
Caso aconteça, essa pode ser a última do ano e tende a aumentar os volumes de soja esmagada, colocando mais farelo no mercado e consequentemente pressionando os preços do farelo de soja americano para baixo.
Para o milho e o trigo o dia foi mais tranquilo e tivemos poucas oscilações, os contratos encerraram com variação positiva de 0,06% para o milho e 0% para o trigo.
Na B3 o milho contrato novembro encerrou em queda de 1,41% cotado a R$66,30/sc. A queda do dólar nesta sessão ajudou a pressionar os preços.
Graficamente ainda há espaço para a continuação desta correção nos preços do milho e seu próximo suporte se encontra na região dos R$65,60/sc.
Macroeconomia
A decisão do FED de cortar a taxa de juros americana em 0,50% pegou muitos investidores de surpresa, pois a grande maioria acreditava em um corte de 0,25%.
Apesar do corte maior ser em primeira mão positivo, muitos investidores ficaram com a pulga atrás da orelha, tentando entender o que levou o FED a tomar essa decisão.
entre as principais dúvidas que surgiram está a seguinte: será que o FED enxerga uma recessão logo a frente?
E com isso as bolsas por lá encerraram em leve queda, o S&P 500 teve desvalorização de 0,25% e a NASDAQ caiu 0,30%.
O mercado ainda deve digerir esse dado e os próximos dias prometem uma inquietação enquanto tentam se ajustar a essa nova realidade.
Na Europa todas as bolsas encerraram em queda, a maior desvalorização do dia ficou com a bolsa inglesa, que acumulou uma desvalorização de 0,68%.
Na Ásia encerraram em alta, mas ainda não refletiram essa mudança na taxa de juros americana.
Aqui no Brasil, o IBOVESPA encerrou com queda de 0,90% e investidores aguardam a decisão de taxa de juros por aqui, que só será publicada hoje após ao fechamento dos mercados, às 18:30.