O status livre de febre aftosa sem vacinação do Brasil foi destaque na participação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em painel promovido pela Associação Rural do Paraguai em Assunção, na segunda-feira (21). O evento discutiu o avanço dos países sul-americanos no controle da doença.
O Brasil foi representado pela CNA e pela Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro). Além disso, as entidades destacaram a conquista formalizada em maio pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que reconheceu o país como livre da doença.
Segundo Felipe Spaniol, coordenador de Inteligência Comercial e Defesa de Interesses da CNA, essa mudança de status é resultado de um trabalho conjunto entre setor público e privado. O Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) teve papel fundamental. O programa fortaleceu os serviços de defesa agropecuária, capacitou produtores e investiu em controle e monitoramento sanitário.
Com a inclusão do Brasil e da Bolívia no novo status, além do Chile e da Guiana que já o possuíam, cerca de 80% do rebanho da América do Sul está em áreas livres da doença sem vacinação, conforme o mapa atualizado da OMSA.
Brasil lidera cooperação regional e discute regras ambientais
Felipe Spaniol também ressaltou que o reconhecimento internacional abre portas para o Brasil acessar novos mercados. Além disso, o serviço de defesa sanitária brasileiro está bem estruturado e serve de referência para outros países do Mercosul. Entretanto, a transição para o status livre de febre aftosa exige tempo, diálogo e alinhamento entre os setores público e privado.
Na mesma tarde, a CNA participou da reunião da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm). O encontro discutiu o posicionamento dos países sobre o Regulamento Antidesmatamento da União Europeia (EUDR). As federações manifestaram posição contrária ao regulamento, destacando os impactos para os produtores exportadores.
Por fim, a CNA reforça a importância do Brasil como protagonista no avanço do status livre de febre aftosa e na cooperação com os países vizinhos.