As tensões entre Irã e Israel geram forte preocupação no setor logístico global. Embora um cessar-fogo tenha sido anunciado, a instabilidade no Oriente Médio persiste. Além disso, a presença dos Estados Unidos e o risco de novas retaliações agravam ainda mais o cenário.
Estreito de Ormuz em foco
As tensões entre Irã e Israel afetam diretamente o Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde passa até 30% do petróleo mundial. Recentemente, o estreito chegou a ser fechado. Isso elevou o alerta sobre o abastecimento de energia e fertilizantes no mercado internacional.
Além disso, o transporte de gás natural, ureia e amônia ficou mais vulnerável. Um bloqueio, ainda que parcial, causa atrasos, altera rotas e aumenta custos operacionais. As tarifas sobem e a pressão se espalha por toda a cadeia logística. O frete marítimo pode subir entre US$ 500 e US$ 1.000 por carga, mesmo em contratos já assinados.
Alta do petróleo encarece o frete internacional
Com as tensões entre Irã e Israel, o preço do petróleo voltou a subir. Segundo a EIA (Administração de Informação de Energia), o Irã detém a terceira maior reserva do mundo. Qualquer ameaça à sua produção ou exportação pressiona o preço do barril, que já ultrapassa US$ 75.
Esse aumento encarece o combustível marítimo VLSFO (Very Low Sulfur Fuel Oil), essencial para o transporte global. Como resultado, os fretes internacionais sobem, afetando toda a cadeia de suprimentos.
Agronegócio brasileiro sente os impactos
As tensões entre Irã e Israel têm reflexo direto no campo brasileiro. O Irã fornece cerca de 20% da ureia importada pelo Brasil. A produção iraniana representa 4% da oferta mundial de fertilizantes nitrogenados.
Assim, qualquer interrupção no fornecimento gera efeitos imediatos nos custos de produção agrícola no Brasil. A dependência externa torna o agronegócio mais vulnerável a crises logísticas e geopolíticas.
Planejamento logístico ganha importância
Diante das tensões entre Irã e Israel, especialistas reforçam a importância do planejamento logístico. Por isso, investir em inteligência de mercado, diversificação de rotas e respostas rápidas se torna indispensável. Além disso, essas medidas ajudam a reduzir riscos e garantem maior resiliência da cadeia logística frente a crises geopolíticas como a atual.